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5.2.16

Falando de morte

Oi pessoal, tudo bem?

Estou aqui ensaiando este post há algum tempo, mas não tinha achado as palavras certas para falar de um assunto tão delicado: a morte.
Como vocês sabem, a Beatriz tem alguns bisos e bisas e ela é muito chegada neles. Ela falou bisa antes de falar vovó, então é bem tenso mesmo. Pela ordem natural das coisas, eu imaginei que algum dos bisos/bisas vá falecer em algum momento e procurei me informar como faria para passar a notícia para a pequena.
Conversei com a psicóloga da escola e ela me orientou a ser objetiva, a falar a verdade, sem usar metáforas. Se a pessoa for religiosa, pode introduzir o conceito céu e rezar. 
Bem, eu não esperava que fosse precisar do conselho tão cedo, porque meus avós são muito fortes e, embora deem cada susto na gente, acabam (por enquanto) ficando bem.
Mas, naquela semana em que o David Bowie morreu - e eu já estava bem chateada - meu pai me ligou para contar que o Only, seu SRD já bem doentinho, havia falecido. Eu desabei. Sou super apegada aos cachorros e na hora comecei a chorar. 
Alguns minutos depois, parei para pensar em como contaria a notícia para a Beatriz, que é super ligada nos cães também. No seu caderno da fono, ela fala todos os nomes dos cinco cachorros e sempre se aproxima deles para brincar e fazer carinho.
Assim, de noite, antes de dormir, peguei meu celular e mostrei a foto dele.
- Beatriz, quem é esse?
- o Onwy :)
- Bi, o Onwy não está aqui mais com a gente. Ele foi morar no céu e nós só vamos poder vê-lo com o coração (chorei).
- Céu?
- É, filha, no céu, e por isso vamos falar com ele só no nosso coração.
Ela olha para a foto e olha para mim, que chorava, e diz: Carinho, carinho... 
Todos os dias depois deste dia ela pede para ver a foto do Only e faz carinho na foto. Depois pergunta do Junior, que é filho do Only, e eu falo que nós vamos vê-lo em breve.
As crianças são surpreendentes, né?
Espero que tenham gostado!
XO

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