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20.8.16

Reflexões sobre os contos de fada

Oi pessoal, tudo bem?
Outro dia estava no Facebook e me deparei com um post de uma página feminista que sigo sobre contos de fada. Especificamente sobre as princesas da Disney. Segundo o post, as princesas seriam beijadas sem seu consentimento e isto passaria uma mensagem errada às meninas. Por isto, o post alertava os pais e incentivava que estes filmes fossem banidos da vida das meninas.
No começo, confesso que refleti sobre isto, mas imaginei o quanto deve ser difícil evitar as princesas na vida das meninas. Porque a princesa é tudo, todo mundo se veste de princesa. Em tempos de Merida, Elsa, Anna e Moana, as princesas não parecem frágeis, donzelas em perigo, mas refletem muito mais a mulher com escolha, com vontade, muito mais empoderada.
Branca de Neve, Aurora e Cinderella eram mais vitorianas, mais dependentes dos outros para conseguirem o que querem. O príncipe as salvava e sempre rolava um beijo no final. Quem nunca sonhou com um belo vestido, uma fada madrinha e um príncipe? E aquele corpo irreal (às vezes bem mais real do que as modelos, confesso)! Eu sempre amei estes filmes e nada me faz perder esse vício!

Sim, o mundo da fantasia é saudável. Saber diferenciar a fantasia da realidade faz parte da maturidade e nós, pais, devemos orientar nossos filhos que filmes são fantasia, faz de conta, muito diferentes da realidade. Ainda mais os filmes clássicos, com as mulheres bem diferentes daquelas nascidas pós-revolução feminista.
A existência da princesa Disney, que as feminazis odeiam, me incomoda menos do que a figura da madrasta. Juro. Cada fez mais famílias têm formações das mais variadas e a figura da madrasta/padrasto é muito presente. E o que os filmes clássicos mostram? A madrasta malvada. O rei que casou de novo e trouxe o demônio de saias para dentro de casa.
Lady Tremaine e a Bruxa Má da Branca de Neve são bem parecidas. Vaidosas, cruéis e sem qualquer limite. São, sim, capazes de matar para se livrarem de suas enteadas.
Agora, me digam qual a mensagem mais nefasta: a da frágil princesa ou de que todas as madastras são malvadas? 
Eu penso que demonizar a madrasta causa mais danos. A menina, principalmente, já está enciumada porque o pai se casou e ainda ela "absorveu" o conceito de madastra do inferno. Muito mais nocivo do que o conceito de donzela em perigo.

Por isso, antes de abolir os contos de fada da vida das meninas, acredito ser importante explicar que são contos de fada. Que nem todas as madastras são malvadas e que, se a menina quiser esperar seu príncipe encantado, vai morrer sentada. E que a fantasia, o escapismo, o teatro são muito importantes na infância.
Existem alternativas aos filmes da Disney, que mostram o amor por outros ângulos. Mesmo o Frozen conclui (spoiler alert!) que o amor de irmãs é o amor verdadeiro. Outros filmes que gostamos por aqui são so Studio Ghibli, como Ponyo, Meu vizinho Totoro e O Serviço de Entregas da Kiki. O Totoro é muito querido, e mostra o amor e a força entre duas irmãs.
Fica aqui a reflexão. Vamos deixar nossos filhos se fantasiarem e devanear?
Espero que tenham gostado!
XO